sábado, 16 de junho de 2007

Porto

Ola pessoal.
Estou em Porto e de ca volto para Santiago.
A cidade ja lembra alguns pontos mais antigos do Brasil.
Os portugueses sao muito simpáticos, procuram ajudar e dar dicas boas para nos.
Me senti muito bem por aqui.

Demos algumas caminhadas pela cidade e fizemos ate degustacao de vinho do Porto!!!
Tambem a chuva nao deu um tempo. O dia inteiro. Da para acreditar...

Infelizmente, nao conseguimos ir ate a universidade. É uma pena.

Amanha, dia 17, sigo de volta. Pego o trem para Santiago e na 2a feira retorno para o Brasil.

Nao terei tempo de visitar as pessoas e cidades que vcs indicaram. Ficara para uma proxima.

Beijos e sigo no caminho....

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Portugal, santa terrinha

Portugal ai vou eu....
Sigo hoje para Portugal, terra que carrego como parte da minha herança familiar.
Vou visitar a cidade de Porto e algumas outras.
Irei também visitar a universidade.
Vou com a Mallu, minha amiga do Mackenzie e Fátima, sua prima.

Assim é o caminho, ele apresenta as oportunidades e nós temos que agarrá-las.
Beijos e bom caminho...

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Finisterra - 90km - está feito

É isso ai. tudo feito.

Cheguei em Finisterra - o final do mundo.
Foi o pior percurso de todos. O vento tentava impedir minha chegada. Cada dois pedais para frente, um voltava. Alem da chuva.
Pela primeira vez, dores nas pernas. Acho que pedalei o dobro.

Nem tenho muito a falar ainda sobre este lugar. Chove muito, deixei toda minha roupa em Santiago e o frio mata.
Amanha, espero que o tempo esteja melhor. Gostaria de fazer o ritual da queima da minha roupa de peregrino.

Bem, depois conto mais detalhes, pois a fila na internet é grande.

Beijos e bom caminho...

terça-feira, 12 de junho de 2007

Santiago


Ola pessoal,
Mais uma vez fiquei emocionado com as msgs de voces.

Nao consegui antecipar minha passagem, por isso fico por aqui.
Seguirei ao fim do mundo, Finisterra, cidade que era assim chamada pelos Romanos.
Nao preciso dizer que é com a bici. Somente mais 180km (ida e volta).

Esta cidade está no litoral da Galicia. Dizem que ao final do dia, o sol mergulha no mar e projeta uma luz avermelhada. Os Romanos acreditavam que sinais do final do mundo.

Também esta era a última cidade conhecida daquela época, por isso o sentido do nome.

Encontrei novamente o Jose, ciclista mexicano. Seguiremos juntos até lá.

Assim é o caminho, quero voltar e ele nao deixa.

Beijos a todos e bom caminho...

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Santiago - 57km











Cheguei....
Depois de mais de 800km de pedal.
A última etapa e diferente. Maquei cada km que faltava. Parecia a Fernanda que quando saimos de casa logo pergunta se vai demorar para chegar no destino.

A emoçao na chegada foi diferente.
Ter realizado este caminho, ter aprendido tudo que vivi, tudo que vi. Ter conhecido pessoas de diversos lugar, idade, idéias - nao existem palavras para descrever.

Agora sim, cheguei. Tenho certeza que levo isto tudo comigo e deixo aqui um pouco de mim.

O caminho continua sempre para todos nos.

Beijos e depois mandarei as fotos.

Bom caminho...

domingo, 10 de junho de 2007

Melide - 79km

Ola pessoal,
Depois de outra noite com muita chuva, sai de Samos como quem nada mais deve...


A neblina fazia parte do cenário, pela primeira vez. Minhas pernas estavam preguiçosas...Mas logo para esquentar a trilha dos peregrinos oferece uma subida. Os músculos tiveram que trabalhar e enrijeceram que o esforço. No topo, parecia que pedalava sobre as nuvens.






Segui sem um destino certo, apenas apontava a direçao rumo oeste.

Depois de Sarria, o caminho segue tranquilo. A trilha variava em asfalto e terra. Alguns lugares impossiveis de pedalar, lama e "m" de vaca por todo lado. Acho que esta regiao produz todo o esterco de vaca da Espanha. hahahaha

Os povoados e cidades estavam enfeitados para o feriado.

O tempo passava, mas os kms nao. Nao sei se estava cansado, se havia muita subida, se era o vento contra, se atrilha era dificil, se era tudo isto, sei lá. Porem o pedal nao rendia.

Como nao tinha motivo para correr, segui assim mesmo. Só apertei o passo quando o ceu ficou negro e a chuva começou a cair. Consegui chegar em Melide e fui direto ao albergue municipal. Ele é bem parecido com o cheiro existente na trilha. rsrsrsrs.

Amanha espero chegar em Santiago.

Beijos e bom caminho....



















Samos



Continuando...




Depois de tudo, esperava a descida.
Que nada, ainda sobe um pouco mais para depois descer.

Desci pela carreteira. O velocimetro marcava 60km por hora. Que alegria sentir o vento no rosto, a velocidade e, melhor de tudo, sem força na perna. hehehehe
Segui até Samos onde fiquei em um hotel. Depois de um dia como esse, tudo vale...

Samos é um povoado que vive sob a imagem do monasterio beneditinho ali existente. Depois do banho, quando todo o bronzeado que achava que tinha foi para o ralo, visitei as instalaçoes do monasterio e cama.

Beijo a todos e bom caminho....

O Cebreiro

Ola pessoal. Que bom ter todos voces comigo. Sabem, espero tambem este momento para ver suas msgs. As vezes, leio todas elas novamente.
Vou ter que dividir esta etapa em duas partes. A subida até o Cebreiro e a descida até Samos.
Sabem, o caminho até aqui nao começou dia 29 de maio. Ele é um processo de uma vida, de várias vidas.
Como sempre sai ao amanhecer rumo a subida do Cebreiro, que é um marco no Caminho de Santiago; faz todo sentido.
Na saída do albergue a Cristina bate o sino, como faz para todos os peregrinos. Fui o último a sair.
Segui pela trilha que conduz ao por do sol todos que perseguem esta rota. Já nas primeiras pedaladas pude perceber o quanto seria especial esta subida.

Pelo bosque, nao foi possível pedalar. Tive que descer da bici, tirar luvar e capacete e seguir caminhando para contemplar com mais profundidade aquele momento.
Arvores em ambos os lados sombreiam o caminho; pássaros, como se conversassem, cantavam uns para os outros, do lado esquerdo, do lado direito.
Fui entrando cada vez mais neste momento. Tudo foi ficando... apenas o momento.
Já no final do bosque, montei na bici e segui no pedal. Agora, nao há mais diferenças entre a bici, eu, a estada.

Com estes sentimentos, segui em direçao a La Faba.
Pensei na emoçao daqueles tres meninos que esperavam pela sua primeira comunhao. Seus grandes olhos negros que fitavam o padre e fitavam seus pais - o que pensavam? o que sentiam?
E aquele jovem casal que dançavam na saida de seu casamento - o que pensavam? o que sentiam?

Abondonei a carreteira e segui juntos com os caminhantes pela trilha marcada por setas amarelas, por marcas de botas, pela fé e coragem de todos que ali já passaram.






Logo, a subida se fez presente. Inicialmente por asfalto; mais adiante por terra, pedras e lama criadas pela forte chuva da noite anterior.
A inclinaçao é muito forte e desci para empurrar. Muitos me perguntavam: por que vc nao foi pela carreteira? Eu respondia que estava ali para fazer o caminho. Algumas vezes eu dizia que era somente para conhecê-los.
Assim foi. Passo a passo, empurrando quase 30kg rampa acima. Agora, os peregrinos foram mais rápidos e me passavam fazendo graça. A cada curva a paisagem deslumbrante mostrava o quanto já tinha subido.







Depois de um pouco mais de uma hora, cheguei em La Faba. Pequena vila que serve de conforto para todos aqueles que ali chegam. Um chocolate quente para aliviar o esforço de apenas 8km.
Nova etapa. Sempre os mesmos obstaculos presentes. Os braços ja estavam cansados por ter
que empurrar, puxar, levantar e segurar a bici que algumas vezes seguia em direçoes nao esperadas.
Depois de mais 2 horas e apenas 5km cheguei ao topo - finalmente o Cebreiro.


Parei antes da vila ali existente para contemplar e reconhecer do que fazemos parte. Investi tempo contemplando a paisagem que somada ao meu estado de satisfaçao, de existencia me fez reconhecer duas dimensoes dos verdadeiros templos - nosso ser; nosso planeta.


E mais, pude entender o que deve sentir um alpinista que chega ao topo do mundo. Que maravilhosa loucura...
Fui despertado por peregrinos que chegavam e vieram conversar. Tiramos fotos, falamos do Brasil e comemos um pouco.

Segui até a vila do Cebreiro. Ali chegava um grupo de turistas que faziam o caminho de onibus. Eram na maioria senhoras, algumas freiras. Bricamos um pouco. Tiramos fotos uns para os outros.







Como tudo segue, segui em frente....